16.1.06

.Munich.



Eu fui ao cinema esse fim de semana assistir ao filme novo do Steven Spielberg. Munich.

O filme conta a estoria do famoso atentado terrorista contra os jogadores israelenses durante as Olimpiadas de 1972. Todos os atletas foram assassinados e em represalia, Israel mandou um grupo de homens, que trabalhavam para o servico secreto israelense, Mossad, para eliminar aqueles que haviam cometido o crime.


Spielberg mostrou a perseguicao a aqueles que planejaram e puseram em acao o "Setembro Negro" pelo ponto de vista dos agentes do Mossad. Dessa forma, pudemos ver uma perspectiva mais humana do que estava acontecendo e como esses homens lidaram com essa missao dificil.


Esse e um filme longo, que requer repertorio para ser realmente compreendido. Um espectador descuidado pode ver esse filme e pensar que os judeus sao vingativos e frios. Nao da para ver esse episodio historico como um fato isolado. Antes disso ouve a Guerra de Seis Dias, em 1967, por exemplo. Nessa guerra Israel atacou o Egito, a Jordania e a Siria, pois ficou sabendo que esses paises estavam planejando um grande ataque ao pais. Os avioes desses paises citados foram destruidos quando estavam para decolar e atacar Israel. Apos um ano do "Setembro Negro", houve a Guerra de Yom Kipur. Nessa guerra a Siria e o Egito atacaram Israel no dia mais sagrado para os judeus, o Dia do Perdao, onde todos os judeus jejuam e devem somente refletir sobre o ano que passou. Existem ainda muitas outras questoes que influenciaram as medidas tomadas pela primeira-ministra israelense, Golda Meir, na epoca. Eu poderia escrever e escrever aqui, sem fim. Mas o que eu estou tentando dizer, e que o conflito no Oriente-Medio nao e nada simples e uma opiniao nao pode ser formada sobre um lado ou outro somente pelo que e mostrado na tela.

Ambos os lados tem as suas razoes, quer sejam aceitaveis ou nao. Sera o "background" de cada individuo que ditara a maneira como ele encara o acontecido.

Alem do que eu ja citei, existe uma outra coisa que me incomodaria muito se eu nao fosse judia. O diretor usou uma serie de expressoes em hebraico, que um nao-judeu talvez nao compreenda. Durante o filme, nao houve qualquer legenda para explicar o que as palavras significavam. Como a palavra "sabra", por exemplo. Sabra e um israelense, um judeu nascido em Israel.

Adorei as tecnicas de filmagem dele e a maneira como ele compos o filme. O massacre em si, foi sendo descrito a medida que o filme acontecia, nos explicando a razao desses homens estarem aonde estao. Dessa maneira, fica fresco na nossa memoria o que foi feito e torna a busca incessante pelos terroristas mais plausivel. Se tudo fosse mostrado no inicio do filme, no final nos todos ja teriamos superado e esquecido a intensidade das atrocidades feitas e estariamos nos questionando se tudo aquilo era realmente necessario.

Eu recomendo esse filme com certeza. Preparem-se psicologicamente antes de irem, pois ele nao e um "chic flick" de domingo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Parece muito bom o filme. Agora é só esperar uns 2 meses para entrar em cartaz aqui no Brasil rs. Beijo