Esse fim de semana foi realmente...diferente...desde que eu cheguei na cidade descobri como as coisas por aqui sao diferentes de Montreal.
Nao existe aqui aquele ar europeu e altivo ou qualquer tipo de grosseria francesa, se e que voces me entedem.
Adoro o fato que os vizinhos se falam em Toronto, se tornam amigos e fazem varias coisas juntos. Em Montreal isso nunca aconteceu, as pessoas pareciam se fechar cada uma no seu proprio mundo, cada uma entre quatro paredes, com medo que um vizinho pudesse, D's nos livre, se aproximar de alguma maneira.
Eu conheci um casal de vizinhos do meu predio que sao uns amores, sao realmente umas gracas. Desde que eu cheguei ao Canada, conheci tantos iranianos, nunca imaginei que iria me tornar tao proxima de muculmanos como tem acontecido.
Na sexta, fui ate a casa dos meus vizinhos para comemorar o aniversario do irmao deles. Ele faz aniversario no mesmo dia que eu, mas ainda nao havia comemorado. Como a carol havia zarpado para a boa e velha Montreal e eu estava all alone, resolvi ir ate la e conhecer gente nova.
It's always a good thing to open up to new people.
Sai de uma sessao de "Storytelling" que eu tive que assistir para a faculdade (sim, numa sexta a noite...) e fui direto para o apartamento deles.
Quando eu cheguei, tava todo mundo se arrumando para sair, eles queriam ir dancar numa balada chamada Metro. Well, why not?!
Fomos todos para o lugar, eu, com os iranianos, canadenses e orientais. Adorei a mistura.
No carro, no entanto, aconteceu uma coisa que realmente me surpreendeu.
O meu vizinho ligou para o irmao, pois como estavamos em muita gente, acabamos nos divindo em dois carros, e perguntou porque a gente ainda nao havia chegado. Ele disse que nao estavamos ainda na porta porque, aparentemente, o amigo dele era um "jude..." e pronto. A frase foi interrompida. "Porque ele e um bastardo, mao de vaca"que nao quer parar o carro num estacionamento.
Mais silencio.
Da minha parte. Ao inves de melhorar so piorou a situacao. Ele havia colocado a palavra "judeu" junto com a palavra "bastardo, mao de vaca".
Ele ficou sem palavras de vergonha, me pediu tantas desculpas. Depois do choque inicial eu comecei a rir, ele nao quis falar por mal, disse que nao havia problema nao, que realmente ja havia ouvido pior.
Depois, pensei que e a mesma coisa quando algumas pessoas dizem: A coisa ta preta...(porque preto precisa ser sinonimo de coisas consiradas ruins? Ou o famoso verbo "judiar"... (olhem so a explicacao interessante que achei para esse termo tao utilizado).
".... Poucos sabem disso, aí incluindo os próprios judeus, mas o primeiro significava "maltratar os judeus". Era um verbo intransitivo. O objeto direto estava subentendido. Hoje, judiar, pela semelhança do vocábulo com judeu, judia, Judas e Judá, cria uma natural associação de idéias, considerando o judeu como o agente da crueldade.
Curiosidade: Tornou-se verbo transitivo indireto. "Judiaram dele". É claro que, se o verbo pede um complemento, na afirmação, está subentendido o agente. A palavra já está tão arraigada no uso popular que há quem nem faça a associação. Entretanto, a ofensa aos judeus permanece. É subliminar. Contribui enormemente para incrementar o anti-semitismo."
http://www.visaojudaica.com.br/Fevereiro2005/artigos/15.htm
Pois entao, todos utilizamos termos racistas e muitas vezes nem sabemos...procuro prestar atencao antes de utilizar algumas palavras, para nao ofender ninguem. Mas, sinceramente, nao me senti ofendida com o que ele disse, ele na verdade so foi mais direto do que as pessoas costumam ser. Se ele realmente tivesse problemas com judeus, nao estaria sentado ao meu lado no carro, no aniversario dele. Nao iria ter me convidado. Sei que daqui para a frente ele vai tomar mais cuidado com a maneira como fala.
E errando que se aprende...nao?
26.9.05
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